39 resultados para Língua portuguesa Estudo e ensino

em Universidade Federal do Pará


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A presente pesquisa investiga como os sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem de Portugus no curso de formao de professores do Bacharelato emergencial em Cincias Naturais, ofertado em Timor-Leste pela cooperao brasileira no perodo entre outubro/2009 e dezembro/2010, traduzem / interpretam o discurso de (re)introduo da língua portuguesa nesse pas. A pesquisa baseia-se em dados produzidos ou reconstitudos a partir de minha experincia como professora do curso de formao de professores em língua portuguesa, atravs do Programa de Qualificao e ensino da Língua Portuguesa em Timor-Leste (PQLP), coordenado pela Fundao CAPES. Para proceder discusso, tomo como ferramentas terico-metodolgicas conceitos de Maingueneau (2008), especialmente os de interincompreenso e simulacro, como tambm os conceitos de estratgia e ttica de Michel de Certeau (2012), que compem seu modelo polemolgico das apropriaes culturais. As anlises apontam que a maneira como cursistas e formador se apropriam do discurso da poltica de (re)introduo da língua portuguesa em Timor determinada por formaes discursivas diferentes, e que a relao interdiscursiva estabelecida entre elas desencadeia o fenmeno da interincompreenso. Compreender como essas formaes discursivas se traduzem mutuamente na sala de aula, dentro das atividades que a princpio se destinariam ao ensino e a aprendizagem do portugus, contribui para que se possa (re)definir as intervenes didticas das aulas de Portugus na formao de professores, assim como a poltica de (re)introduo do portugus em Timor-Leste. Defendemos que o ensinoaprendizagem do portugus, no contexto de Timor-Leste, precisa ser compreendido no apenas do ponto de vista didtico, no que diz respeito construo e mediao de saberes entre alunos e professores, como tambm do ponto de vista ideolgico, uma vez que nesse pas as propostas de formao atuais representam um projeto que pode conflitar com valores e crenas existentes na sociedade a respeito do idioma portugus e da relao entre a escola e outras instituies.

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No mbito do ensino do Portugus, projetos sob forte influncia das teorias que levam em considerao o processo de interao, em particular as propostas construdas com base no dispositivo didtico da sequncia didtica, proposto por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), multiplicaram-se no Brasil. justamente o aumento no nmero desse tipo de projeto que chama a nossa ateno e justifica uma anlise da maneira como as propostas de interveno so conduzidas por pesquisadores/professores em contexto escolar, em contraponto com as propostas tericas nas quais declaram se fundamentar. O objetivo deste estudo verificar em que medida essas propostas de trabalho com os gneros textuais do relevncia dimenso formativa do procedimento sequncia didtica. Este estudo est baseado na hiptese de que a articulao das concepes de sequncia didtica e de avaliao formativa contribui para o ensino/aprendizagem de gneros em língua materna. Tal articulao favorece o desenvolvimento das competncias linguageiras dos aprendentes, alm de ativar os processos de autoavaliao e autorregulao, processos esses necessrios para a transformao do aprendente em sujeito autnomo e responsvel pela prpria aprendizagem. Para fundamentar teoricamente o trabalho, prope-se um estudo bibliogrfico apoiado em Bakhtin (para a noo de gneros textuais/discursivos), em Bronckart (para o Interacionismo Sociodiscursivo e a perspectiva acional), em Schneuwly et al. (para a didatizao dos gneros), em Bonniol e Vial (para o chamado "paradigma da regulao") e Fernandes (para uma avaliao formativa alternativa). Alm disso, realiza-se um estudo exploratrio para seleo e anlise do corpus, formado por oito documentos acadmicos (dissertaes e tese) abordando propostas de didatizao dos gneros por meio do procedimento sequncia didtica. Aps a anlise de cada um dos momentos das sequncias didticas apresentadas no corpus, chega-se concluso de que as que melhor xito tiveram so as que foram significativas ao mesmo tempo do ponto de vista discursivo, ao inserir os aprendentes em projetos de comunicao motivadores, e do ponto de vista da aprendizagem, ao valorizar a dimenso formativa do procedimento que lhes permitem atuar como sujeitos da aprendizagem no decorrer da sequncia.

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Este trabalho est inserido na confluncia entre a Lingustica e o Ensino-Aprendizagem de Língua e tem como objetivo investigar a maneira como se configura a autoria em atividades de ensino de Língua Portuguesa produzidas por graduandos de Letras (UFPA).Para tanto, precisamos percorrer as discusses j empreendidas sobre a formao do professor de língua portuguesa, principalmente acerca das perspectivas da reflexividade(-crtica) (CONTRERAS, 2002;PIMENTA, 2005;MAGALHES, 2004;HORIKAWA, 2004), da discursividade (TPIAS-OLIVEIRA, 2005;EUFRSIO, 2007;FAIRCHILD, 2009; 2010 etc.), e na de materiais de ensino de língua(MARCUSCHI, 2002;SALZANO, 2004;LEFFA, 2003;CERQUEIRA, 2010), dasnoes tericas no campo do discurso de autoria (FOUCAULT, 2006a; 2006b; BARTHES, 1984; POSSENTI, 2002; entre outros), subjetividade (PCHEUX, 2010; BAKHTIN, 1997; AUTHIER-REVUZ, 1990; 2004; entre outros), escrita (NASIO, 1993; GERALDI, 1997;RIOLFI, 2003; 2008). Inserida ao Projeto de Pesquisa O desafio de ensinar a leitura e a escrita no contexto do ensino fundamental de nove anos e da insero do laptop na escola pblica brasileira, que dentre seus objetivos tem o de refletir acerca da formao inicial de professores (Licenciatura em Letras e Pedagogia) e sua relao com as demandas emergentes do cotidiano escolar brasileiro, esta pesquisa teve uma abordagem qualitativa, j que de carter descritiva/interpretativista,com a coleta do corpus em dois contextos: (i) na disciplina Recursos Tecnolgicos no Ensino do Portugus (1 semestre de 2011), como professor e (ii) na disciplina Estgio no Ensino Fundamental(1 semestre de 2012), como observadoras aulas ministradas pelo professor da disciplina. Nesses dois momentos, houve registro e documentao dos materiais para ensino de língua elaborados pelos graduandos.A anlise se deu da seguinte forma: compreenso global de todos os exerccios a fim de se descrever tipologicamente as atividades e mapear as vozes discursivas que as entrecortam; em seguida, detivemo-nos em seteatividades para analisar a maneira como se deu o gerenciamento das vozes, a constituio da subjetividade e por fim os indcios de autoria presentes nos exerccios. Os resultados mostram certa dificuldade dos graduandos em gerenciar as vozes (i) das orientaes terico-metodolgicas da rea, (ii) do material lingstico-discursivo objeto de ensino e (iii) do suposto aluno alvo da atividade para que consigam de forma original serem autores de seus exerccios, e no serem meros consumidores de teorias e de materiais didticos prontos para serem aplicados em sala de aula.

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Desde os anos 80, a avaliao somativa tem sido denunciada como sendo um dos principais mecanismos de classificao, de seleo e de excluso social. As crticas suscitaram vrias propostas de transformaes das prticas avaliativas levando ao predomnio terico da modalidade formativa. Consequentemente, as pesquisas sobre a modalidade somativa foram relegadas a um segundo plano. Porm, esta modalidade continua amplamente usada por professores do nvel bsico ao acadmico. Alm disto, a aplicao desta modalidade necessria para a validao e certificao, pelo sistema educacional, dos resultados obtidos ao trmino de um perodo de aprendizagem. Recentemente, tem sido cada vez mais divulgadas as propostas de Schneuwly e Dolz (2004) para o desenvolvimento das capacidades de produo textual em língua materna com base no procedimento didtico-metodolgico chamado Sequncia Didtica com vistas ao domnio de uma diversidade de gneros da escrita e da oralidade. Embora os autores tenham previsto a realizao da avaliao somativa em um dos componentes do modelo (a produo final), pouco parece ser dito ou escrito em torno das prticas que tal modalidade pressupe e sobre sua incluso em uma proposta marcadamente formativa. Esta pesquisa tem como objetivo, portanto, identificar dificuldades e possveis solues a respeito da realizao da avaliao somativa em Sequncias Didticas para o oral e a escrita no ensino/aprendizagem da língua portuguesa. Aps caracterizar a avaliao somativa e os instrumentos que essa modalidade mobiliza no ensino/aprendizagem da língua portuguesa, prope-se a anlise de um corpus de dezessete documentos acadmicos com propsito de verificar como a avaliao somativa foi realizada nas diferentes Sequncias Didticas relatadas nestes documentos. Para tal, foi observada a ocorrncia ou no da avaliao somativa na produo final, os objetos de aprendizagem levados em conta na sua realizao e os sujeitos desta modalidade de avaliao. Conclui-se, mostrando a importncia da articulao dessa modalidade com a modalidade formativa pressuposta na Sequncia Didtica.

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Nesta dissertao de mestrado, objetivamos investigar a relao entre o professor e o livro didtico na 4 srie do ensino fundamental em seis escolas pblicas, localizadas na cidade de Belm. Para tanto, buscamos perceber quais critrios adotados na seleo, quais objetos de ensino evidenciados no livro e nas aulas de língua portuguesa, quais sees usadas e quais estratgias instauradas pelas professoras no momento em que usam o livro didtico. Neste estudo, adotamos uma pesquisa de carter etnogrfico, pois consideramos as vozes das professoras sobre o processo de seleo e a utilizao do livro em sala de aula. Fazemos uso tambm de idias de base scio-interacionista de Vygotsky (1984, 2003) e Bakhtin (1993, 1997, 1999) a respeito da linguagem, da interao, da construo do sujeito, dentre outras; e recorremos a alguns estudos referentes ao ensino de língua portuguesa e ao livro didtico. Na anlise, refletimos sobre as propostas dos livros didticos (publicados entre 2003 e 2005) atinentes compreenso e produo (oral e escrita) e sobre o objeto de ensino priorizado nesse material. Analisamos as entrevistas com seis professoras e as aulas de língua portuguesa, comparamos as propostas dos livros s das professoras e apresentamos algumas sugestes para um melhor aproveitamento do livro. Os resultados da pesquisa indicam que os livros didticos, adotados pelas escolas envolvidas neste estudo, parecem no desempenhar a funo de direcionadores do ensino nem assumir a funo das professoras, uma vez que eles so apenas utilizados para complementar as atividades, planejadas previamente por elas.

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Nos anos 80, a crise vivenciada pela escola pblica, materializada no aumento da repetncia e da evaso escolar, teve como conseqncia uma maior conscientizao por parte dos estudiosos da rea de educao em relao necessidade de melhorar o processo de ensino/aprendizagem. Na rea da avaliao escolar, essa crise, dentre outros problemas, fez com que os estudiosos dessa rea criticassem o tipo de avaliao exclusivamente somativa, predominante nas prticas avaliativas tradicionais, e valorizassem a avaliao de cunho mais formativo. Surgiram ento numerosas propostas de transformao das prticas avaliativas, dentre elas a avaliao autntica, a democrtica, a dialgica, a formativo-reguladora, a mediadora, a avaliao para conhecer e a participativa, geralmente pouco ou nada especficas no que tange ao ensino de línguas. A aparente multiplicidade de concepes avaliativas e as dificuldades que essa variedade suscita para o professor de portugus língua materna por si s justificam que seja empreendido um estudo no sentido de oferecer a este profissional melhor clareza conceitual e condies para integrar reflexo em língua e reflexes em avaliao. O objetivo deste trabalho contribuir para melhor conhecer as noes que envolvem a concepo formativa de avaliao com vistas integrao de concepes mais atuais de avaliao no processo de ensino/aprendizagem de portugus língua materna, condio sine qua non para a renovao efetiva dessa rea. A hiptese centra-se na idia de que por trs dessas diferentes propostas, expostas nas modalidades de avaliao apresentadas pelas obras do corpus, h caractersticas que se interseccionam, ligando essas modalidades de avaliao entre si e concepo formativa de avaliao. Essa pesquisa fundamenta-se, por um lado, nas concepes formativa e formadora de avaliao da aprendizagem1 (NUNZIATI, 1990; ALLAL, BAIN & PERRENOUD, 1993; BONNIOL & VIAL, 2001), bem como nos estudos sobre autoavaliao e autorregulao da aprendizagem (ALLAL, 1993; PERRENOUD, 1993; PARIS & AYRES, 2000), e por outro, nas concepes que influenciam o ensino/aprendizagem do portugus, como as concepes de linguagem e as concepes de ensino/aprendizagem de línguas (GERALDI, 1984; BERTOCHINI & CONSTANZO, 1989; SOARES, 1998). Este estudo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliogrfica, tendo como corpus obras impressas e acessveis aos profissionais de educao brasileiros, as quais apresentam modalidades de avaliao que respondam ao critrio principal de se apresentarem como uma alternativa avaliao tradicional, favorecendo o processo de aprendizagem. Esta pesquisa aponta o desenvolvimento das competncias avaliativas como meio de ampliao das competncias discursivas e a avaliao formativa a servio da aprendizagem da língua materna.

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Este trabalho tem como objetivo investigar a forma como os estudantes de Letras, em nveis de formao diferentes, incorporam o conceito de gnero em seu discurso a partir de sua produo escrita. Procuramos refletir sobre a tentativa de construo de um ethos que busca a criao de uma imagem agradvel e confivel, mas que nem sempre sustentada por argumentos no discurso. Teoricamente, este trabalho se insere nas reas de leitura e escrita e anlise do discurso, especificamente nas reflexes de Bakhtin sobre o gnero e nos estudos sobre discurso de Foucault, Pcheux e Maingueneau. luz desse quadro terico, realiza-se uma investigao sobre a forma como tem se realizado a incorporao do conceito de gnero no discurso dos estudantes de Letras durante o perodo da graduao e ps-graduao, levando-se em conta a cobrana da sociedade a partir de um novo paradigma de ensino. A realizao desta pesquisa consistiu em trs etapas: as leituras para o embasamento terico, a coleta de dados e a anlise. Para a coleta de dados foi utilizado um corpus de trs Trabalhos de Concluso de Curso, TCCs, escritos dentro de um recorte temporal na Universidade Federal do Par, contamos tambm cinco Dissertaes de Mestrado de diversas universidades, pblicas e particulares, de nosso pas. A anlise dos dados divide-se em duas partes: um recorte panormico das regularidades de uma formao discursiva presentes em diferentes enunciados e a anlise das disperses do discurso presentes num mesmo enunciado. Chegou-se concluso de que h, no discurso desses acadmicos, a presena constante de uma tenso que aponta para um sujeito interpelado por discursos conflitantes em sua formao profissional, discursos estes incompatveis e provenientes de diferentes lugares que o constituem.

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Os povos indgenas que habitavam o Vale do Amazonas durante o perodo da colonizao portuguesa foram submetidos em distintos momentos, por diferentes agentes e por variados instrumentos, a incisivos processos de aculturao visando sua insero no mundo civilizado. Sendo o uso das letras humanas, compreendido pela prtica da leitura e da escrita na língua portuguesa sua maior evidencia. Durante um sculo (1650-1750) a Companhia de Jesus destacou-se entre as ordens regulares que se estabeleceram na regio como aquela que mais implantou aldeias missionrias objetivando alm da catequese o ensino das letras humanas aos povos nativos. Na segunda metade do sculo dezoito no contexto da chamada Era Pombalina o Estado Luso, a partir especialmente das cartas e relatrios de Francisco Xavier de Mendona Furtado Governador do Estado do Gro- Par e Maranho entre 1751 e 1759, oficializou a viso que denunciava o lamentvel estado do ensino no Vale do Amazonas evidenciado no descaso das ordens missionrias em geral e dos jesutas em particular, com o ensino da língua do Rei aos sditos nativos. Prova maior desta incmoda realidade era o uso massificado da chamada Língua Geral em detrimento da língua portuguesa. Em face desta realidade e considerando que o uso da língua portuguesa se constitua a base fundamental da civilidade conforme expressava o texto do Directrio que se deve observar nas povoaes dos ndios do Par e Maranho, O Estado encampa e assume a tarefa de promover o ensino das letras humanas nas Vilas, Lugares e Povoaes do Vale do Amazonas. Tarefa que o sucessor de Mendona Furtado o Governador Manuel Bernardo de Mello e Castro (1759-1761) envidar grande esforo e particular empenho para cumprir, em face dos enormes obstculos estruturais e conjunturais que se apresentavam. Esta dissertao tem como objetivo essencial melhor compreender estes eventos, perscrutando o seu processo, destacando seus percalos e refletindo sobre suas consequncias para os povos indgenas que o vivenciaram.

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Contra a ideia de que os conhecimentos tcnicos do professor de língua materna sirvam prioritariamente ao contedo de seu ensino ou ao planejamento de suas aulas, neste artigo, discute-se o preceito de que tal conhecimento seja assumido tambm como base para a elaborao de uma atitude a ser mantida nas interaes face a face da sala de aula. Essa atitude diz respeito constante necessidade de tomar decises diante do inesperado e aponta para a construo de um lugar discursivo especfico do professor de língua - o de quem escuta a palavra do aluno e a enlaa sua, de maneira a garantir que a assuno de um lugar de sujeito passe por uma reflexo sobre os meios lingusticos disponveis para tanto. Toma-se como exemplo para esse debate a interpretao inusitada que alguns alunos fazem da palavra "rataria", presente num texto de Monteiro Lobato. Discutem-se certas atitudes que poderiam ser tomadas em relao a esse erro de leitura e suas implicaes: requisitar a modificao da resposta, modificar o material didtico, explicitar o trabalho lingustico subjacente ao erro ou utilizar o erro como pretexto para outras atividades. Os encaminhamentos discutidos fundamentam-se na premissa de que erros e outras manifestaes imprevistas no apenas revelam procedimentos de construo do conhecimento, mas tambm oferecem oportunidades importantes para que o professor se faa incluir na palavra do aluno, sendo, portanto, um aspecto fundamental na construo de uma relao em que o ensino se torne possvel.

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A presente pesquisa desenvolve uma discusso acerca da formao inicial de professores de Licenciatura em Letras - Portugus. A crise pela qual passa a educao no Brasil hoje afeta a universidade brasileira e tem reflexos diretos sobre a qualidade da educao bsica, na medida em que deveria constituir centro de formao, reflexo e produo de conhecimento para a escola. Os problemas que a universidade encara, especificamente no tocante s licenciaturas, tm razes muito mais complexas do que a formulao de metas quantitativas para a formao inicial de professores ou para a alocao de recursos financeiros. Logo, importante (e necessrio) que se conhea melhor a constituio dos cursos de licenciatura que esto formando os professores contemporneos. A pesquisa proposta tem como objetivo investigar, em duas instituies de ensino superior da regio metropolitana de Belm-PA (uma pblica e uma privada), a constituio das disciplinas de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, denominadas como MELP. O quadro terico que norteia este trabalho o da Anlise do Discurso de linha francesa, de maneira particular os conceitos de Funo Enunciativa, Formao Discursiva e Disciplina, apresentados por Michel Foucault em suas obras Arqueologia do Saber (1987) e A Ordem do Discurso (1996). Analisamos dados coletados em pesquisa documental (Projeto Pedaggico do Curso, Ementas, Planos de ensino e Material didtico) e pesquisa de campo (observao em sala de aula, anotaes de alunos e dirio de campo), com o intuito de verificar quais elementos de disciplinas, no sentido foucaultiano (FOUCAULT, 1996), se fazem presentes na constituio das atividades curriculares de MELP desses Cursos de Licenciatura em Letras. Os dados de duas disciplinas foram analisados a fim de identificar que objetos, mtodos, proposies, definies/conceitos so reconhecidos e de que maneira se relacionam. Os resultados mostram um cenrio bem diverso quanto organizao das atividades de prtica de ensino e estgio supervisionado nos dois cursos no que tange a) distribuio da carga horria no currculo; b) articulao de objetos, mtodos, conceitos e proposies de disciplinas variadas e c) ao prprio papel do aluno de Letras. O desafio que se apresenta constituir as MELP a partir de um processo disciplinar de produo de saberes.

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Esta pesquisa tem como objetivo analisar processos de construo da identidade do professor de língua materna na imprensa, legitimada no apenas por seus discursos, mas como uma construo que se estabelece socialmente e encontra na mdia um lugar privilegiado para sua emergncia. O corpus composto por textos coletados de revistas, jornais, blogs e sites, que tratam de ensino de língua portuguesa, assinados por professores ou por outros profissionais. Este trabalho de pesquisa se baseia nos postulados da Anlise do Discurso e das Cincias Sociais, por meio dos conceitos de Discurso, Hegemonia e Memria Discursiva, abordados no primeiro captulo desta dissertao, em que perceberemos como estes conceitos ajudam na reproduo dos discursos (pblicos) e na construo identitria do professor de língua portuguesa. A noo de Formao Discursiva abordada no segundo captulo, com base nos postulados tericos de Foucault (2004) e Pcheux (2009), bem como a circularidade nas posies de Identificao e Contra-identificao. As Formaes Imaginrias (PCHEUX, 1997) servem de ancoragem terica para o terceiro captulo, em que analisamos como os professores ocupam lugares (A, B e R) nos discursos, validados por eles mesmos ou por aqueles que enunciam publicamente. No quarto captulo discutimos a polmica estabelecida entre as duas Formaes Discursivas por meio da noo Simulacro MAINGUENEAU, 2005), abordada no mesmo captulo, em que percebemos imagens distorcidas projetadas nos discursos. Buscamos demonstrar a importncia dos estudos discursivos no campo do ensino-aprendizagem, partindo do pressuposto de que a formao dos professores tem se dado no apenas por prticas pedaggicas, mas tambm em prticas discursivas. Na anlise destes dados, estamos buscando o lugar discursivo do professor e a maneira que este professor, ao tomar a palavra na imprensa, forja sua identidade. Espera-se com este trabalho verificar como o professor de língua portuguesa tem legitimado sua(s) identidade(s) no ambiente miditico, que tem se mostrado um lugar de grande efervescncia discursiva e instncia de formao e reproduo de discursos sobre ensino de língua materna.

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O presente estudo investiga as prticas avaliativas em ingls como Língua Estrangeira para Crianas (LEC) no primeiro ano do ensino fundamental das escolas pblicas no municpio de Castanhal, PA. A pesquisa teve como objetivo analisar quais as orientaes contidas nos documentos oficiais municipais no que diz respeito ao ensino e avaliao em LEC, descrever as prticas avaliativas desenvolvidas pelos docentes nesse contexto, analisar a integrao dessas prticas com os objetivos de ensino e aprendizagem de LEC e indicar pistas que possam, terica e metodologicamente, tornar essas prticas mais eficazes. Para alcanar os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa qualitativa de carter documental, na qual foram analisados os documentos oficiais que norteiam o ensino e a avaliao em LEC no municpio, 220 relatrios de desenvolvimento, que so o instrumento de avaliao preconizado para esse nvel da escolaridade, alm de entrevistas e questionrios com 14 docentes que atuam nesse contexto. O referencial terico sustenta-se nas contribuies de Cameron (2001), Strecht-Ribeiro (2005) e Scott e Ytreberg (1990) sobre o ensino-aprendizagem de LEC, bem como na discusso de alguns aspectos da avaliao da aprendizagem (HADJI, 1994; 2007; BONNIOL e VIAL, 2001; FERNANDES, 2009; PERRENOUD, 1999) e da avaliao da aprendizagem em LEC (MCKAY, 2006; IOANNOU-GEORGIOU, 2011; SHAABAN, 2001). Para a anlise dos dados obtidos, foi utilizada a tcnica de Anlise de Contedo (ROSA, 2013). Os resultados da anlise indicam uma ausncia de coerncia entre as prticas avaliativas e os objetivos e princpios do ensino de LEC. Os dados revelam ainda a falta de formao para ensinar, avaliar e elaborar programas de LEC, aliada a uma j conhecida tendncia em se priorizar aspectos estruturais no ensino de línguas estrangeiras, em detrimento de atividades comunicativas. Por fim, este trabalho mostra a necessidade de promover outras pesquisas que investiguem as prticas avaliativas em LEC e, da urgncia em se definir diretrizes oficiais nacionais para o ensino e avaliao que levem em considerao as caractersticas e necessidades das crianas nesse contexto.

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Os Munduruk do Kwat-Laranjal esto includos na lista de comunidades indgenas que apresentam a língua num processo de perigo iminente. A língua, que recebe o mesmo nome da etnia munduruk, pertencente famlia munduruk, do tronco tupi, a qual, antigamente, era falada por povos munduruk que habitavam os estados do Mato Grosso, Par e Amazonas, entretanto, a concentrao maior de indivduos nos dois ltimos estados. O foco deste estudo est na comunidade indgena munduruk do Kwat-Laranjal, no Estado do Amazonas, pois indivduos desta comunidade j no falam mais a língua nativa e por esse motivo manifestam o interesse revitalizar e fortalecer sua identidade e cultura. Assim, o Projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), denominado Licenciatura Especfica para Formao de Professores Indgenas/Turma Munduruk (AM/PA), alm do objetivo de formao em nvel superior, pretende tambm ser instrumento da revitalizao da língua munduruk em aulas com disciplinas especficas da língua. nesse contexto, da licenciatura especfica para formao de professores indgenas, que nossa pesquisa est inserida; objetivando verificar as atitudes lingusticas em relao língua original da comunidade indgena munduruk do Amazonas dentro do processo de revitalizao. Dessa forma, a metodologia adotada de cunho quantitativo e o corpus da pesquisa foi coletado a partir da realizao de entrevistas sistematizada por questionrio. Tal instrumento de pesquisa visa comparar os comportamentos dos alunos diante das línguas, portuguesa e munduruk, com relao a: i) atitude cognitiva (conhecimento da língua); ii) atitude afetiva (preferncia por uma ou outra língua); iii) atitude comportamental (uso lingustico habitual e transmisso da língua). Atitude , segundo Fernndez (1998, p. 181), a manifestao de preferncias e convenes sociais acerca do status e prestgio de seus usurios. Esta manifestao de preferncia por uma língua ou variante lingustica de comunidades minoritrias condicionada pelos grupos sociais de maior prestgio (geralmente comunidades majoritrias). Aqueles que detm maior poder socioeconmico ditam a pauta das atitudes lingusticas das comunidades de fala minoritrias (AGUILERA, 2008). O interesse desta pesquisa centra-se na atitude que o povo munduruk do amazonas assume no uso da língua que aprenderam e na língua a que viro aprender como forma de resgate de sua identidade. Neste sentido, procurou-se entender como a atitude, positiva ou negativa; aceitao ou rejeio, e nos componentes cognitivos, afetivos e comportamentais pode determinar o futuro de um processo de revitalizao. Contudo, observa-se a contradio destes elementos na anlise das entrevistas, onde os informantes manifestam interesses diferentes de suas aes em relao língua que querem resgatar.

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Expe uma prtica de pesquisa-ao realizada em uma sala de aula de língua portuguesa durante o ano de 2003. Ele traz tona produes textuais, geradas neste contexto, que nos servem para discutir mecanismos de escrita utilizados pelos sujeitos da pesquisa (alunos de 5a srie do ensino fundamental) em seus textos. Partimos do pressuposto bakhtiniano da compreenso responsiva ativa de que os educandos diante de uma atividade de produo textual escolar no so passivos e, em funo disso, respondem atividade utilizando a escrita para manifestarem os discursos constitudos em suas comunidades. Dado os problemas predominantes nas produes escritas escolares, desenvolveu-se um trabalho que pretendia valorizar prticas sociais de contar lendas presentes no repertrio cultural dos alunos que, na maioria das vezes, so bastante preteridas pela instituio escolar. Assim, pde-se gerar um corpus composto por lendas re-escritas pelos alunos que trazem espao para discutirmos questes pertinentes ao ensino de língua portuguesa na escola, tais como retextualizao e intertextualidade, que perpassam, consciente ou inconscientemente, a produo escrita em sala de aula.

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Neste trabalho discute-se uma experincia com a avaliao formativa voltada para a autoavaliao e autorregulao das competncias linguageiras e das estratgias de aprendizagem. A pesquisa aqui relatada tinha por objetivo identificar o que estudantes de Licenciatura de Espanhol Língua Estrangeira (E/LE) autoavaliam e autorregulam em sua aprendizagem, que impacto tem a autoavaliao e autorregulao efetivas em suas competncias de comunicao e de aprendizagem e, por fim, que atividades didticas favorecem a autoavaliao e autorregulao dessas competncias. Para alcanarmos os objetivos propostos, optamos por realizar uma pesquisa-ao, que foi desenvolvida na disciplina Língua Espanhola III da Licenciatura em Letras Espanhol da Universidade Federal do Par (UFPA) - Campus de Castanhal, com base em suporte terico de autores pesquisados, como Allal (1986; 2007), Bonniol e Vial (2001), Perrenoud (2007), entre outros. Para a anlise dos dados obtidos, foi observado como trs estudantes da turma tinham lidado com as atividades formativas propostas ao longo do curso e relacionando seu desempenho na disciplina com sua atitude no tocante a essas atividades. Os resultados revelam que inicialmente os objetos mais avaliados e autorregulados pelos alunos diziam respeito s competncias lingusticas. No entanto, conforme os aprendentes eram induzidos a refletirem sobre outras dimenses da aprendizagem da língua estrangeira, alguns deles passaram a incluir em suas autoavaliaes e autorregulaes outros aspectos, como os metacognitivos, o que favoreceu uma melhoria das competncias comunicativas e de aprendizagem. As atividades formativas que propiciaram uma autoavaliao e autorregulao mais eficazes foram o roteiro de autoavaliao, o dirio de aprendizagem, a elaborao de objetivos comunicativos e de critrios de avaliao, bem como situaes que envolviam prticas de autoavaliao, coavaliao e avaliao mtua.